É comum pra quem passa pelas palmeiras enfileiradas do quarteirão da avenida Amazonas, entre as ruas da Bahia e Espírito Santo, no centro de Belo Horizonte, ouvir o batuque dos tantãs, violão e cavaquinho, em meio a mesas lotadas de cervejas e tira-gostos em cada bar da avenida.
Um dos sambistas que começou esse movimento foi o afilhado de Toninho Geraes, o cantor e compositor Fernando Bento, que se apresentava às sexta-feiras no calçadão em frente ao Coqueiros Bar. Em parceria com Thiago Silveira e Alyne Richter, da Associação de Bares, Restaurante e Eventos Culturais da Avenida Amazonas, ele criou o "Circuito de Samba Amazonas", com o intuito de divulgar o samba mineiro.
Bento conta que a proposta, apadrinhada pelo Toninho Geraes, um dos frequentadores das rodas quando vem a BH, é fortalecer o samba de Minas e do Brasil, por meio das conexões dos artistas daqui com os de outras capitais, como João Martins, Fred Camacho, Moacyr Luz, entre outros. Além disso, o projeto também terá como destaque a homenagem à velha guarda de BH.
"Queremos homenagear aqueles que chegaram antes, que construíram a cena do samba em Belo Horizonte", conta Bento. Na edição de domingo próximo, o circuito homenageia três baluartes do samba: Bira Favela, Mandruvá e Waltinho Sete Cordas, por meio de três rodas de samba simultâneas, comandadas por Fernando Bento, Cinara Ribeiro e Adriana Araújo. Todo o quarteirão será fechado e a entrada é mediante a doação de um quilo de alimento não perecível.
"São sambistas valiosos para a nossa cultura pelo talento, pela história de vida de cada um deles e ainda continuam fazendo coisas no samba. Temos que homenagear as pessoas em vida!", completa o sambista.
Segundo Bento, o projeto também visa chamar atenção para o quarteirão fechado da avenida Amazonas, que mantém uma programação ativa, com música praticamente todos os dias da semana. "O quarteirão dos coqueiros está muito legal, cheio de bares, ali está sendo a nossa Lapa, com toda a dificuldades que enfrentamos com horário e fiscalização do poder público", afirma.
Diante da situação, foi criada a Associação que reúne os donos dos bares Estação da Cerveja, Coqueiros Bar, Barril do Pelé Espeteria, Bar 69 e Bar Palmeira. "Organizados vamos poder dialogar com os órgãos públicos e explicar a importância de se manter um circuito cultural, ao ar livre, no centro da cidade, para atrair turistas e mais consumidores", completa Bento. O evento conta como apoio da PBH, por meio da Belotur, BHtrans e Guarda Municipal, além de PM e Corpo de Bombeiros.
CIRCUITO DE SAMBA AMAZONAS
Quando? 14h
Onde? Avenida Amazonas entre Rua da Bahia e Espírito Santo (números 51 a 151) - Centro - BH
Quanto? 1kg de alimento não perecível
Como pagar? Dinheiro, cartões de débito e crédito.
Informações? (31) 99365-2475
