VÁ EM PAZ ED NUNES

VÁ EM PAZ ED NUNES Manoel Marques/Almanaque do Samba

Sambista da velha guarda é enterrado nesta sexta-feira em Belo Horizonte

O violonista, trombonista, cantor e compositor Edmilson José Nunes, o Ed Nunes, morreu na madrugada desta quinta-feira (20), em decorrência de um câncer. Ed foi diagnosticado com a doença há poucos anos e estava fazendo tratamento no Hospital das Clínicas e aguardava por um transplante de medúla.

"Ele era muito pra cima, muito cabeça boa. Ele brincava: 'se não der certo depois vocês me enterram!' Ele passava muita confiança", lembra o parceiro Mauro Bainha. Ed Nunes foi enterrado por volta das 10h30 desta sexta-feira (21), após breve velório no Cemitério da Paz, no bairro Aparecida, região Noroeste de Belo Horizonte. Além de familiares e parentes, vários sambistas participaram da despedida.

 "Sabe aquelas pessoas que tocam vibrando, rindo para ele mesmo e para o violão. Era o violão que tocava ele. Uma expressão facial de satistação quando tocava. A música perdeu muito com ele. E o céu ganhou mais um seresteiro da pesada, um violonista da melhor qualidade", completa Mauro Bainha.

Natural de Resplendor, no Vale do Rio Doce, Ed Nunes iria completar 60 anos no próximo dia 5 de fevereiro. 

Em janeiro de 2018, ele participou da roda de samba para apresentação do projeto Almanaque do Samba - A Casa do Samba de Minas Gerais, realizado no Quintal do Almanaque. O encontro contou com a nata do samba: Toninho Geraes, Serginho Beagá, Dona Elisa, Dona Jandira, Mandruvá, Lagoinha, Mauro Bainha, Fabiana Cozza, Manu Dias, Giselle Couto, Mestre Conga, Ronaldo Coisa Nossa, Seu Juarez, entre outros.

 

 

 

MÚLTIPLAS FACETAS

Ed Nunes era um artista de múltiplas facetas, pois também era desenhista, pintor e artesão. Teve sua trajetória musical marcada pela participação em grupos da chamada música de raiz, rodas de samba e repertório romântico da MPB desde 1979, quando completou 17 anos de idade.

Com formação musical de violonista autodidata, teve constante atuação solo em bares e espaços culturais da noite em Belo Horizonte, desde a década de 1970. Nos últimos tempos se dedicou ao estudo de técnica vocal, como aluno da preparadora Regina Milagres.

Participou da extinta Associação Músico-Cultural Canta Brasil, nos segmentos Canta Brasil – a Banda e Duo Mágica Música, atuando em apresentações na capital e pelo interior de Minas Gerais.

Entre os trabalhos de maior destaque de sua carreira, ele mesmo selecionou os que mais têm significado, como a participação no projeto "Sesc Minas ao Luar" durante evento comemorativo 100 Anos do Samba (2017); diversos shows temáticos realizados na Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), como Meu Brasil Brasileiro: a boa música brasileira de Norte a Sul e Serestas Brasileiras; Cem Anos de Noel Rosa & Adoniran Barbosa, do Projeto Pizindin – Choro No Palco, no Teatro do Conservatório da UFMG (2010); Pisa na Fulô: a música popular do Nordeste brasileiro (2011), na Casa Una de Cultura, Belo Horizonte; Eu sou o samba, na Feira Tom Jobim (2011).

Ed Nunes tem participação em diversos CDs, como no disco da Associação Músico Cultural Canta Brasil, Isto é o Meu Brasil e Coletânea; Sesc, Minas ao Luar (Canções, 2009), Minas ao Luar (Canções II, 2012) e Minas ao Luar (Canções III, 2014).

 

 

 

 

 

 
 
Visto 1721 vezes Última modificação em Sexta, 21 Janeiro 2022 10:10
Zu Moreira

Jornalista, compositor e pesquisador

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