Um dos mais importantes sambistas da Bahia, amigo de Gil e Caetano e autor de clássicos como Tempo Ê e Todo Menino é um Rei, que neste ano completam 42 e 40 anos de gravação, respectivamente, Nelson Rufino é um entusiasta do samba produzido em Minas Gerais.

De passagem por Belo Horizonte para participar da festa de aniversário do amigo e sambista Mário Davi (novo nome artístico de Mário da Viola), realizada dia 29 de julho, no Bar do Cacá, "Rufa" concedeu breve entrevista à equipe do Almanaque do Samba, em que falou de sua relação com Minas Gerais e também sobre a cena de samba na capital mineira.

"Tem que começar a haver movimentos em prol da valorização dos grandes compositores que tem em Belo Horizonte, Minas Gerais", afirma o baiano.

Prestes a completar 76 anos, Nelson Rufino agradece os convites recentes para se apresentar na capital mineira. Em menos de um ano, foram pelo menos três passagens. "Estou virando moda em Minas", brinca. "Mas claro que isso é fruto do que venho fazendo ao longo dos anos", completa.

Um dos seus maiores sucessos, Todo Menino é um Rei completa 40 anos de gravação neste ano. O samba foi lançado em 1978 pelo sambista Roberto Ribeiro e teve muita repercussão na mídia.

 

O maior compositor de sucessos gravados por Zeca Pagodinho fora do eixo Rio-São Paulo-BH, como Verdade e Uma prova de amor (c/Toninho Geraes), Rufino aposta na força da produção dos sambistas mineiros. Mesmo reconhecendo a influência do samba do Rio de Janeiro na capital, ele acredita que "é preciso fortalecer mais esse movimento interno".

"Só tem talento aqui nessa zorra, e ofuscado. Não sei se é uma humildade exacerbada ou o medo talvez, mas Minas Gerais precisa mostrar sua cara, Minas precisa mostrar seu samba para o Brasil!", afirmou.