Cacá Monclair representa a diversidade entre os sambistas mineiros. Divide sua vida entre os ofícios de cabeleireiro, em seu tradicional salão de beleza no bairro Anchieta, região nobre da cidade, e as rodas de samba pelos quatro cantos da capital mineira. Sua marca é a devoção às cantoras Clara Nunes e Maria Bethânia, duas divas da Música Popular Brasileira (MPB), as quais interpreta com grande força e emoção.

Natural de Barbacena, região do Campo das Vertentes, mudou-se para São Paulo ainda adolescente. Desde os seus 14 anos já ouvia e curtia Clara Nunes, origem de toda a sua devoção pelo samba e pela Portela, sua escola de coração. Aos 16 anos ouviu o LP Álibi, de Maria Bethânia, de quem se tornou “fãnatico” e buscou, na sua interpretação e gestos, sua inspiração. Depois, como ele mesmo diz, “veio Alcione para completar esta cartilha do ABC da MPB que me segue em todas as minhas apresentações nas rodas de samba de Belo Horizonte”, afirma. Ainda em São Paulo, Cacá cantava em um bar de amigos, na região de Vila Carrão.

Em 1993, Cacá chegou à capital mineira e, por volta de 1996, conheceu dois mestres que lhe impulsionaram no Samba: Ubirajara Santos, o Bira Favela, e Fabinho do Terreiro, a quem deve sua projeção no samba mineiro. “Me sinto responsável por ser, talvez o único, cantor da diversidade a ter esta aceitação e, graças a Deus, ser sempre solicitado e acolhido por esses baluartes do samba de Belo Horizonte”, agradece.

Cacá ainda se sente feliz em poder representar a diversidade artística no samba que, na maioria das vezes, só se destacam na dublagem. “Não levanto bandeira para gueto nenhum, mas ao samba me dou por inteiro e por amor”, finaliza.

Com informações de Relicário Samba Sempre