José João Gualberto Filho, Janjão contabiliza mais de três décadas dedicadas à musica. Ele era ainda um adolescente quando começou a trilhar seu caminho no samba.
Foi no grupo “Os Infernais do Samba”, em uma casa chamada “Chalé70”, localizada no bairro Justinópolis, que o menino, ainda menor de idade, precisava se esconder da fiscalização, para não trazer problemas para o dono do local. Depois disso, o menino cresceu e não teve dúvida de que aquela era a vida que escolheu para si, que era a sua vocação. Não parou mais e fez história na cena cultural de Belo Horizonte.
Participou do grupo “Clube do Samba”, que animava o programa “O Povo na TV”, conduzido por Dirceu Pereira, na TV Alterosa, na década de 1980. Participou também de projetos importantes, com a banda “Samba na Praça”, ao lado de um desconhecido Toninho Ribeiro, que hoje vem a ser nosso Toninho Geraes.
Naquela época a, apenas o violão e o cavaquinho eram amplificados e a turma era obrigada a levar o samba no gogó. O artista conta orgulhoso que fez parte também da primeira banda de samba que tocou na badalada casa “Engenho”, localizada na região de Venda Nova. Já com a banda Tom Maior, tocou por 14 anos consecutivos na saudosa casa de shows, Xodó da Avenida.
Janjão sempre foi um instrumentista talentoso e por isso teve a oportunidade de levar nosso samba mineiro para várias partes do Brasil. Passou por Espirito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e até na Bahia, a terra do axé, esse mineiro arretado fez sucesso. Com tanto talento e disposição, o sambista foi convidado a morar no Japão, mas não teve coragem de abandonar nossas Minas Gerais.
Sorte nossa, pois temos o privilégio de apreciar um artista criativo, produtivo e um batalhador do samba de raiz. De acordo com Janjão, fica até difícil lembrar todas as suas passagens e a sua história no samba. Mas uma atividade marcante em sua vida foi quando ele teve oportunidade de participar de uma roda de samba com o malandro mais amado do Brasil, Bezerra da Silva, e também com o Grupo Raça.
Janjão já emprestou a voz para coros de Dunga, César Veneno e Toninho Gerais, entre outros. Foi o primeiro cavaco do cantor carioca Paulinho da Aba. E na TV, teve participações importantes, animou com o grupo “Clube do samba”, um dos programas de auditório mais marcante de BH, o extinto “O povo na TV”, capitaneado por Dirceu Pereira e o maestro Nilton Pai.
Brilhou também em programas de rádio, como o programa na Rádio América, apresentado por Mestre Afonso. No Carnaval, Janjão também fez história. E que história! Foi arranjador da Mocidade Independente de Venda Nova, primeiro mestre de bateria da Acadêmicos de Venda Nova, foi campeão na escola de Samba Cidade Jardim, com um samba enredo em homenagem ao fundados da escola, Jairo Pereira da Costa.
Em 2008 e 2009, foi puxador da Acadêmicos de Venda Nova e sagrou-se campeão. Foi puxador da Força Real, da Imperavi de Ouro e em 2012, foi vice-campeão na Escola de Samba Chame Chame. Foi puxador do Bloco Inocentes do Santa Tereza por 4 anos e participou de festival de música da TIM, defendendo um samba para os Diários Associados, em uma apresentação na Serraria Souza Pinto.
Apresentou-se ao lado de Beth Carvalho, com a Bateria da Galoucura e já cantou com a bateria da Portela. Atualmente, faz parte da Velha Guarda do Samba de BH. É presidente, puxador e compositor do Bloco Unidos da Zona Norte.
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Telefone: (31) 99673.7708