Nasceu em Cedro Cachoeira, distrito de Paraopeba, hoje Caetanópolis, onde viveu até os 16 anos. Era a caçula dos sete filhos de Manuel Araújo, um serrador na fábrica de tecidos Cedro & Cachoeira, conhecido como Mané Serrador, e Amélia Nunes Gonçalves. Em 1944, ficou órfã de pai e pouco depois a mãe também veio a falecer, tendo sido criada por sua irmã Dindinha. Na infância frequentou as aulas de catecismo na matriz da Cruzada Eucarística, onde cantava ladainhas em latim no coro da igreja.
Em 1952, ganhou o primeiro prêmio como cantora num pequeno concurso, interpretando a guarânia Recuerdos de Ypacaraí. Aos 14 anos passou a trabalhar como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira. Dois anos depois, transferiu-se para Belo Horizonte, indo morar com os irmãos Vicentina e Joaquim. Em Belo Horizonte trabalhou também como tecelã, fazendo o curso normal à noite e, no final de semana, participava dos ensaios do Coral Renascença, na igreja do bairro onde morava. Na juventude ouvia muito Carmen Costa, Ângela Maria, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais teve muita influência.
Aos 16 anos, conheceu o violonista Jadir Ambrósio, que, admirado com sua voz, a levou a vários programas de rádio, como Degraus da fama, no qual se apresentou com o nome de Clara Francisca. Em 1960, já com o nome de Clara Nunes, foi a vencedora do concurso "A voz de ouro ABC" na fase mineira, com a música de Vinicius de Moraes Serenata do adeus, sucesso de Elizeth Cardoso. Por essa época, foi contratada pela Rádio Inconfidência de Belo Horizonte.
Sua primeira gravação, Vida cruel (Jadir Ambrósio / Wilson Miranda), foi feita em Belo Horizonte na gravadora Continental, para o disco Os Vibrantes 25 Anos da Rádio Inconfidência. Durante três anos seguidos foi eleita a melhor cantora de Minas Gerais.
Em 1965, mudou-se para o Rio de Janeiro. Morou em uma ‘vaga’ na rua Barata Ribeiro, em Copacabana, passando a apresentar-se em vários programas de televisão, como os de José Messias, Chacrinha, Almoço com as estrelas e programa de Jair do Taumaturgo. Ainda nesse ano, fez teste como cantora na gravadora Odeon e fez sua primeira gravação, para um LP lançado pela Rádio Inconfidência de Minas Gerais, ao lado de outros artistas, pela mesma gravadora. Nesse período apresentava-se em programas de auditórios e casas noturnas nos subúrbios do Rio de Janeiro.
Em 1966, foi contratada pela gravadora Odeon, onde gravou o primeiro LP, A voz adorável de Clara Nunes. No disco interpretou boleros, sambas-canções e a canção Adeus Rio, de autoria de J. Júnior. No ano de 1968, gravou o segundo disco, Você passa eu acho graça, título retirado da música homônima de Ataulfo Alves e Carlos Imperial, que se tornou o seu primeiro grande sucesso, fixando sua presença no samba.
Fonte: Cantorasdobrasil.com.br