Quando menino, João Carvalho dos Santos, o simpático Triskey, morava na roça e todo dia 6 de janeiro se encantava com a passagem da Folia de Reis. Ficava observando tudo e tinha muita vontade de tocar um instrumento. Silenciosamente, o menino fez uma promessa: pediu aos Santos Reis que o ajudassem a conseguir tocar um instrumento. Se ele conseguisse, tocaria na Folia de Reis, em agradecimento. Funcionou. O menino aprendeu rapidinho e pagou a promessa, tocando anualmente na festa. Mas aos 12 anos, perdeu o pai e se mudou com a mãe para Belo Horizonte.
Na capital, cresceu e se casou, indo morar no Aglomerado da Barragem do Santa Lúcia, na comunidade do Morro do Papagaio. Trabalhou em mineração, oficina mecânica, foi açougueiro e motorista. Mas morando ali no morro e ouvindo batuque todos os dias, em toda esquina, não deu outra. Logo se encantou pela percussão e aprendeu a tocar vários instrumentos, além do cavaquinho, do violão seis cordas e sete cordas e da bateria. Daí, não parou mais.
Desfilou nas escolas de Samba Inconfidência Mineira e Cidade Jardim. Tocou em várias casas de samba de Belo Horizonte, fez parte do Grupo Favela, tocou com a Velha Guarda do Samba, participou do Projeto Minas ao Luar e, esporadicamente, acompanhava o músico Waldir Silva, até 2013, ano de sua morte. Atualmente, Triskey acompanha o músico Mauro Silva, irmão de Waldir, uma parceria que já dura 30 anos.
Ele conta com orgulho que das muitas alegrias que a música lhe deu a maior foi poder receber parabéns, ao vivo, olho no olho, do maior violonista de todos os tempos: Baden Powell. O encontro foi em um sábado à tarde, em um show que Triskey fazia, em uma casa na Savassi, chamada Pedra do Tatu. E para quem não acredita, ele garante que teve testemunhas.
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