POR ZU MOREIRA/G1 MINAS
Um grupo de sambistas de Belo Horizonte lançou nas redes sociais, neste sábado (11), um samba em forma de protesto para reivindicar um auxílio emergencial que atenda à categoria de músicos (ouça no vídeo acima).
De acordo com o Coletivo de Sambistas Mestre Conga, responsável pela ação, os profissionais "vivem em fragilidade econômica e social por não poderem trabalhar durante a pandemia". A entidade, que representa a voz dos artistas do samba de Belo Horizonte, alega que as dificuldades permanecem mesmo com a lenta volta das atividades.
Um dos intérpretes da canção, Nonato do Samba, diz que “um ano e meio sem shows e rodas de samba e, consequentemente, sem cachê e outros tipos de remuneração, atingiu em cheio a renda dos profissionais do mundo do samba – principalmente os de comunidades e periferias – e nas vidas das suas famílias".
Além de Nonato, outras vozes do samba mineiro como Eliete Ná, Aninha Felipe, Cabral, João Batera e Jussara Preta participaram da gravação. Músicos importantes do gênero como a musicista revelação Fernanda Vasconcelos, Fábio Martins, Andinho Santo (arranjador), Rodrigo Martins, Ivan de Souza, Carlitos Brasil, Daniel Junior, Alan Ricardo e Douglas Batera também participaram.
"Esperamos que o poder público dê mais reconhecimento e importância ao nosso trabalho no contexto cultural e histórico da cidade. Contribuímos direta e indiretamente no processo de sustentação econômica nas duas vias. Nas mãos de quem trabalha com a música, no samba que é o nosso caso, e a outra mão dos estabelecimentos que nos recebem, pois ali também existe uma sustentabilidade onde gera empregos para muitos trabalhadores como garçons e cozinheiros", disse Cabral, autor do "Samba do Coletivo – Lenitivo", em parceria com o percussionista Carlitos Brasil.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informa que música ao vivo já foi liberada na cidade, assim como os eventos. "Na semana passada, o Executivo e o Legislativo chegaram a um acordo sobre o projeto de lei que trata do auxílio emergencial na capital", afirma em nota.
De acordo com o vereador Léo Burguês, líder do governo na Câmara Municipal, o auxílio de R$ 100 passará a ser de R$ 200 para pobres, e de R$ 100 para R$ 300 para os extremamente pobres. A ideia é que o auxílio seja pago ao longo de seis meses.
A administração municipal também disse que vários editais foram e estão sendo publicados para atender diversos setores culturais.