A gravação da música “Ilusão” da compositora mineira e professora de música Aline Carvalho reuniu bambas do cenário do samba de Belo Horizonte. Um grande grupo de experientes e talentosos artistas do samba da capital mineira, como Leonardo Brasilino, que comandou os metais juntamente com Juventino Dias e Tiago Ramos. Violão de seis cordas e arranjo do Dedé Negrão, cavaquinho do Fernando Bento, Banjo da Fernanda Vasconcelos, Contrabaixo do Fernando Delgado e sete cordas do celebrado GustavoMonteir - que lança neste mês seu primeiro álbum “Gênesis”. Contou ainda com a percussão do Lipe Cordeiro e pandeiro do Breno Lima, piano do Mansur Santos e Bateria do Douglas Silva.
A música remete ao cenário da Lapa, berço da boemia carioca e homenageia também o sambista Arlindo Cruz, autor de grandes sambas. “Apesar de ser mineira da gema, a Lapa sempre foi uma inspiração que acabou resultando nessa música que fala dos casos de amor'', conta. Além de ilusão, Aline está com várias composições na “cartola” em finalização e em busca de mais parcerias. “Minha primeira referência de samba foi meu pai. A gente escutava samba em casa e depois comecei a ir com ele para as serestas e rodas de samba. Aí literalmente me apaixonei. Depois de me casar com um músico despertei ainda mais para música. Me formei em música e com o tempo comecei a compor. “O processo é surreal: do nada vejo o sol, a lua, o mar, um lugar, uma pessoa e daí me inspira e nasce um samba”, sorri.
Aline conta que o projeto ganhou corpo com a participação da escola de música Ponto de Aumento, no bairro Fernão Dias, região Nordeste de Belo Horizonte. “Convidamos a talentosa aluna e cantora Samantha Mapa para fazer a interpretação e o professor Dedé Negrão para construir o arranjo, que ficou encantador”, comemora. Segundo Dedé, o arranjo foi inspirado nos sambas de gafieira. “Me inspirei nas orquestras das gafieiras, com os metais, piano, e alguns efeitos. Um pouco do que a gente conhece em sambas da Alcione, do Gonzaguinha e até Clara Nunes”, explica o músico Dedé Negrão. Para Samantha Mapa a emoção em gravar com feras do samba refletiu muito no resultado do trabalho. “Foi uma grande experiência, cheia de amor e responsabilidade. É maravilhoso a gente exercer a nossa arte.
Além das mulheres do samba, minhas referências musicais vêm das rodas e das cantorias da família, sempre com poderosas vozes femininas das minhas tias e primas. Em um momento como esse em que vivemos, mais do que nunca, a arte salva”, se emociona.
Música: Ilusão
Me iludiu
Disse que o amor seria eterno
Na lapa dançamos aquele bolero
Junto com a velha guarda e Arlindo Cruz
E aquela vontade era quase louca
De te levar pra casa e tirar sua roupa
Foi como num surto te vendo acordei
E fez a mesma coisa que sempre me fez
Beijou minha boca
Tirou minha roupa
E como o vento se desfez
E aquele amor que seria eterno
Não passou de subalterno
Vai machuca vai meu peito traz uma grande esperança
De de novo te amar
Na sua cama deitar
Feito uma criança
Vai machuca vai
Meu peito traz, uma grande esperança
De de novo te amar, na sua cama deitar
Feito uma criança
Ficha Técnica
Aline Carvalho - composição
Samantha Mapa - voz
Dedé Negrão - Violão seis cordas
Gustavo Monteiro - Violão sete cordas
Fernando Bento - Cavaquinho
Fernando Delgado - Contrabaixo
Fernanda Vasconcelos - Banjo
Mansur Santos - Piano
Felipe Lipe Cordeiro - Percussão
Breno lima - Pandeiro
Douglas Silva - Bateria
Dudu Estevam, Dede Negrão, Fernanda Vasconcelos - vocal
Metais: Juventino Dias - Trompete, Tiago Ramos - Sax tenor, Sax soprano, Sax alto e
Leonardo Brasilino- Trombone)