FABINHO DO TERREIRO

Jun 26 2018 /

 28/09/1964 – Belo Horizonte (MG)

Para muitos do samba ele é “o cara”. Vive uma vida de estrela em Belo Horizonte. Fez da capital seu imenso terreiro, onde mora desde o nascimento, em 1964. Na fila para completar 57 anos, Fábio Lúcio Maciel, ou Fabinho do Terreiro, coleciona desde os tempos do Curral do Samba, no Bairro São Paulo, região Nordeste da cidade, uma legião de admiradores e sambas registrados por Zeca Pagodinho, Neguinho da Beija-Flor, Agepê, Gracia do Salgueiro, Nelson Rufino, fora outros tantos em parceria com a turma daqui.

Discípulo e parceiro de Toninho Geraes e Serginho Beagá, e irmão de outro sambista genial, Ricardo Barrão, Fabinho contabiliza mais de 100 sambas gravados e participações em LPs e CDs. Em 2005, conseguiu lançar seu primeiro disco solo, no formato ao vivo, em um show no Mineiríssimo, gravação que transformou em um DVD. Em 2010, tem sua música Desacerto gravada por Zeca Pagodinho, o maior nome do samba no país.

Criado no Bairro Boa Vista pelos pais – o pedreiro Roberto Torquato Maciel, e a mãe, cozinheira do Hospital das Clínicas, Elza de Souza Maciel, junto com mais três irmãos –, Fabinho foi iniciado há 27 anos nas rodas de samba que ocorriam no terreiro da casa da Tia Dalva. É daí que vem o sobrenome artístico. O Terreiro da Dalva ficava no Instituto Agronômico, Região Leste da capital, onde Fabinho teve o primeiro contato com a obra de bambas do calibre de Candeia, Paulinho da Viola e Roberto Ribeiro. Na época, o então contínuo não tinha nenhuma pretensão de ser músico, cantar samba, compor, muito menos se transformar em um dos artistas mais populares do gênero na cidade. “Era office-boy da Faculdade de Medicina da UFMG e pensava em ser um funcionário, seguir carreira lá”, relembra.

Porém, a sorte desse técnico formado em contabilidade começou a virar quando passou a frequentar o movimento criado no extinto Curral do Samba, onde teve contato com Reinaldo Avelar, Pregão, Bira Favela, Geraldo Magnata, Gervásio Horta, os novatos Toninho Geraes e Serginho Beagá, entre vários outros. Participou da primeira formação do Terreiro Samba Show, banda apadrinhada pelo grupo Ki-Samba Show, um dos mais importantes da cidade, ao lado de Walmir do Repique, Jânio do Surdo, Adilson Negão, Tidão da Viola, Toninho Beiçudo e Wander do Tamborim.

Ao longo de sua carreira, Fabinho do Terreiro realizou mais de 5 mil shows, incluindo campanhas políticas, apresentações em casamento e até velórios. Já se apresentou ao lado da nata do gênero: Zeca Pagodinho, João Nogueira, Almir Guineto, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila, Fundo de Quintal, Jorge Aragão, Luis Carlos da Vila, Wilson Moreira, Leci Brandão, Jovelina Pérola Negra e Bezerra da Silva. Por semana, faz em média cinco participações em shows, ganhando cachê fixo, coisa rara no mercado mineiro independente.

Fabinho faturou vários concursos de sambas-enredos e festivais de rádio, além de se enveredar no mundo do cinema, ao participar da trilha do filme Uma onda no ar, do cineasta Helvécio Ratton, em que também aparece como ator. Atualmente, é o principal compositor e puxador de samba-enredo do Grêmio Recreativo Escola de Samba Cidade Jardim, agremiação do conjunto Santa Maria, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. 

Em 2019, Fabinho do Terreiro foi o destaque da estreia da websérie Sambista da Vez, projeto patrocinado pela MGS, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Em setembro, na véspera do seu aniversário, participou da roda de samba de lançamento do projeto, com participação especial do sambista de Juiz Fora, Mamão, autor do "Tristeza, Pé no Chão", clássico na voz de Clara Nunes.



Com trechos de reportagem do jornalista Zu Moreira para o Diário da Tarde - 21/05/2017

 

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