Ronaldo Antônio da Silva, conhecido como Ronaldo Coisa Nossa ou Ronaldo do Opção, passou sua infância e parte da adolescência no Bairro Lagoinha. Em sua adolescência Big Ronie, como era conhecido, foi seduzido pelo som dos Beatles e aderiu ao movimento do rock e do twist. Aventurou-se primeiro nesses ritmos com o grupo Os Turbulentos, do compadre Zizza, que foi o primeiro incentivador, parceiro, arranjador e músico a gravar com Ronaldo, uma vez que no meio dos sambistas não tinha vez.
Na década de 1963, trabalhava em um ferro-velho na Rua Rio Grande do Sul, época em que esteve sob a influência do som de Jair Rodrigues, Simonal, Jackson do Pandeiro e outros mais, Foi quando passou a compor sambas. Casou-se em 1968 e foi morar no Bairro Caiçara. Na década de 1970, gravou 10 composições suas com o grupo Os Turbulentos. Em 1975, colocou-as debaixo do braço e foi ao Rio de Janeiro, reencontrando com Vermelho, Claudinho, Sérgio Magrão, Eli (o baterista) e Flávio Venturini, velho conhecido e ex-componente da banda Os Turbulentos.
Participou da fundação de algumas escolas de samba de Belo Horizonte, como a Bem-Te-Vi, Acadêmico das Alterosas e Unidos Guaranis, e hoje é integrante da Velha Guarda do Samba da capital.
Em 1982, Ronaldo e amigos criaram em Belo Horizonte o bloco carnavalesco É Coisa Nossa, juntando o útil ao agradável e reivindicaram por meio do grupo, benefícios para o Bairro Parque Pedro II, hoje Caiçara. O bloco desfilou por três anos, solidificando o pseudônimo do artista no samba da cidade. Na década de 90, Ronaldo abriu um dos principais redutos do samba em BH, o Bar Del Rangos, mais conhecido como Opção.
Nos últimos anos, Ronaldo Coisa Nossa vem contribuindo no cenário musical mineiro, cedendo algumas de suas mais de 200 composições há músicos mineiros. Em 2007, decidiu colocar algumas de suas composições em dois CDs: Sob o signo do samba e Gotas, cada um deles com 12 composições, fazendo uma homenagem ao povo negro, à Velha Guarda e a todos amantes da MPB e que amam o Brasil. Os CDs foram gravados no subsolo do bar, onde Ronaldo construiu um estúdio, batizado de Kilombo Coisa Nossa. O álbum foi gravado pelo grupo Essência e convidados.
Em 2012, foi feito o lançamento do documentário Coisa nossa, dirigido por Carlos Canela e produzido por Suzana Markus, da Carabina Filmes, contando a história do grande sambista da Velha Guarda mineira. O documentário foi produzido pela Carabina, com ajuda de amigos, parentes e admiradores de Ronaldo Coisa Nossa, uma legião de fãs e apoiadores do músico que financeiramente ou de maneira voluntária contribuíram para a finalização do projeto. Ronaldo inspira na vida do homem comum para fazer música e acredita no samba como instrumento de luta social.
Com mais de 300 músicas compostas e registradas por mais de 40 anos em papéis de pão, folhas de caderno, papel de embrulho e todo tipo de papel que tivesse em mãos, Ronaldo leva o samba para além do que o samba costuma ousar. Às vezes com humor e outras com um forte olhar político, ele fala da dura realidade do pobre e dos negros, em uma sociedade ainda discriminatória, ao mesmo tempo que descreve as pequenas coisas de seu dia a dia, extraindo poesia daquilo que a maioria de nós, com nossos olhares endurecidos pelas mazelas da vida, não conseguimos mais enxergar.
A Carabina filmes fez o documentário Coisa nossa, dirigido por Carlos Canela e produzido por Suzana Markus, contando a história do grande sambista da velha guarda mineira, Ronaldo Coisa Nossa.
Visite o site do artista: http://www.ronaldocoisanossa.com.br
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