Autodidata, Luis Eduardo Pinheiro de Oliveira iniciou sua carreira musical como percussionista, passando em seguida ao estudo do cavaquinho e violão. Os primeiros estudos formais de música vieram somente na adolescência quando entrou no curso de percussão da Fundação de Educação Artística de Minas Gerais, onde, mesmo abaixo da idade exigida pela escola, foi aceito e acolhido pelos professores, devido ao potencial demonstrado. Lá, Dudu Pinheiro aprendeu técnica de baqueta, leitura rítmica, conheceu instrumentos, sonoridades, galgando seus primeiros passos no universo da música. Em seguida dedicou-se à bateria, e, enquanto conhecia as possibilidades do instrumento, aprendia sozinho o pandeiro, o tamborim, a cuíca e o surdo.
A harmonia entrou um pouco depois em sua vida. Entre um acorde e outro no violão, descobria novos sons. Desta época recorda-se de um encontro com o músico Celso Adolfo que lhe ensinou as melhores formas de posicionar os dedos no braço do violão. O cavaquinho, por sua vez, sempre foi um instrumento admirado, algo que pensava ser inalcançável, mas que não demorou em ser empunhado pelo artista, revelando suas possibilidades rítmicas, harmônicas e melódicas. Sem perceber ou premeditar, Dudu viu abrir-se à sua frente um mundo de sonoridades a serem exploradas, criadas e recriadas. Estudou percepção musical com o professor Rubner de Abreu (MG), cavaquinho com Luciana Rabelo e Jayme Vignolli (RJ) e bateria com o professor dinamarquês Bo Hilbert.
O primeiro trabalho profissional na música foi com o grupo de samba Chapéu Panamá. Após experiências tocando em bares e festas, passou anos dedicados à banda, entre shows, eventos, festivais e gravações. Foi com o grupo o primeiro CD gravado, as primeiras entrevistas na TV e os primeiros cachês. Posteriormente gravou em inúmeros trabalhos de samba e choro, como os do grupo Virô Samba, Belini Andrade, Renato Rosa, Quinto do Choro, Maria do Rosário, e muitos outros.
O choro, aliás, foi um caminho natural para o jovem músico que transitava entre a percussão e a harmonia do samba. Nas rodas e grupos aprendeu a ter uma relação íntima e de respeito pelas composições, e, sobretudo a ouvir. Atentar-se para as dinâmicas e nuances de cada obra, e para a contribuição de cada músico com quem tocava. Integrou diversos grupos de samba e choro, apresentando-se em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e interior de Minas Gerais. Esteve ao lado, tocando, de chorões como o bandolinista Joel Nascimento e o clarinetista Paulo Sérgio Santos, sambistas dos mais diferentes lugares, de Almir Guineto a Fabiana Cozza, e personalidades como os cantores Luiz Ayrão e Maria Alcina.
Conciliou a careira na música com a graduação em Comunicação Social na PUC Minas, e três anos após receber o diploma retornou à universidade, desta vez à UFMG, onde obteve o diploma de Licenciatura em Música. Mais amadurecido musicalmente, passou a ter contato com outros universos musicais e se aproximou bastante da música de Minas Gerais. Já como professor de música, e a partir da inspiração vinda do mestre e amigo Wilson Lopes, violonista e guitarrista, mergulhou na obra de Milton Nascimento e Toninho Horta, onde redescobriu a liberdade musical no compor, tocar e recriar. Ainda na academia, tocou com saxofonista Cléber Alves em apresentação para a banca de qualificação de doutorado em performance do músico, para a banca final de mestrado do violinista Eliézer Isidoro, para a banca de graduação em bacharelado de trombone de Leonardo Brasilino e de Contrabaixo popular de Eduardo Castório.
Ministra aulas e workshops de música, participa de shows e escreve arranjos e composições. Entre temas instrumentais e sambas, compôs também marchinhas de carnaval e acabou conquistando no carnaval de 2018 o prêmio de primeiro lugar no Concurso Nacional de Marchinhas de carnaval da rádio CBN.
A experiência e vivência acumuladas nos mais diversos locais por onde esteve tocando, ouvindo e debatendo música, desaguaram em 2018 na criação de O samba que mora em mim, um show e EP idealizado e arranjado por Dudu Pinheiro, onde compartilha com o público a música que descobriu e cultivou em si.
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