MÁRCIO NAGÔ

Mai 23 2018 /

31/03/1980 – Brumadinho (MG)

 

Márcio Roberto Ferreira Lima é natural de Brumadinho (MG), onde, ainda garoto, tomou gosto pela música, primeiramente os sons dos tambores. “Cresci no congado. Lá pelos seis, sete anos, era fascinado pela dança e pelo ritmo. Aos 10 anos, passei a aprender capoeira, que combina música dança e canto”, conta, lembrando que seu primeiro instrumento foi o  pandeiro. Ao mesmo tempo, descobria os discos de música brasileira de seu pai: cresceu ouvindo Almir Guineto, Martinho da Vila, Bezerra da Silva, Zeca Pagodinho, Agepê, entre tantos outros sambistas, além de Gilberto Gil, João Bosco, Caetano Veloso, Gonzaguinha e, claro, o Gonzagão. Das canções veio o gosto pela poesia. “Comecei a escrever aos 13 anos. Gostava muito de ler, mas, curiosamente não tive nenhuma influência em particular de um poeta ou um escritor”, afirma.

Além de treinar capoeira, Márcio Nagô (que signfica ‘caminho’ em Yorubá) conheceu a tradição e o cotidiano dos quilombos, outra forte presença na sua formação musical.

Márcio Nagô se lembra bem: as primeiras músicas surgiram em 1999. “Comecei a compor usando o pandeiro como instrumento. Passei a usar instrumento harmônico em 2001, depois de aprender a tocar cavaquinho.  Nessa época eu sabia da minha limitação com o instrumento, então eu fazia a toda a música primeiro; aí, sim, partia para elaborar a harmonia”, conta o artista. Em 2002, Nagô conhece o cantor e compositor Fabinho do Terreiro, que o apresenta ao ambiente do samba de Belo Horizonte.

Em 2007 Márcio Nagô lança o seu primeiro trabalho em estúdio, o CD Raiz do Meu Samba, produção independente. “Foi o disco que me permitiu mostrar a minha forma de fazer samba”. Raiz do Meu Samba foi aprovado pelo radialista Acyr Antão, que tocou o disco em seu programa na Rádio Itatiaia.

O trabalho em estúdio abriu uma nova trilha para o compositor, que tinha uma série de canções prontas mas ainda dispersas. “A minha carreira começou mesmo, efetivamente, na realização desse primeiro disco. Até naquele momento, eu tinha dificuldade em fazer samba romântico, samba de terreiro, partido alto. Não sabia como juntar todas essas vertentes num mesmo lugar”, analisa. Durante as gravações o artista foi conhecendo os recursos de um estúdio e descobrindo as maneiras de como tornar uma ideia musical, uma letra e uma melodia, em um produto sonoro, uma faixa completa e finalizada - uma música para ser reproduzida em aparelhos eletrônicos.

No ano seguinte, Nagô conheceu uma outra atividade do universo dos sambistas ao ser convidado por Serginho Beagá para atuar como puxador de uma escola de samba, a Império da Nova Era. O cantor lembra que  naquele carnaval a escola apresentava um enredo de autoria de Décio Noviello.

 


O segundo disco começou a ser gravado em 2012, seguindo o mesmo processo do primeiro, “na cara e na coragem”, ressalta Márcio. O trabalho, A Caminho do Mar, que conta com colaborações de Serginho Beagá, Mandruvá, Black Pio, entre outros, ficou pronto em 2014. A Caminho do Mar, como sugere o título, é uma reflexão musical sobre nossos antepassados, nossas raízes e heranças.

Em 2020, o artista lançou nas plataformas digitais seu último trabalho solo, Flor de Laranjeira. 

Gravado no ATS Audio Track Studio, de Betim, “Flor de Laranjeira” reúne 13 canções e conta com a participação de músicos com reconhecida atuação em shows e gravações em Belo Horizonte. São eles, Aloízio Horta (contrabaixo), Robert Vinícius e Fernando Bento (cavaco), Henrique Martins (violão de 6 e 7 cordas e arranjos), Ramon Braga (bateria), Rodrigo “Diguinho” Martins e Robson Batata (percussão), Gleison Queirós (trompete), Marcos Flávio (trombone), Sérgio Danilo (sax, flauta e clarineta), Tiago Ramos (sax, em “Samba de Amor”), Nequinho (vocal) e Sérgio Saraiva (acordeom).

 

 


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